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quarta-feira, outubro 15

Post-maki (ou sushi blog)

Comer peixe cru faz parte de morar em São Paulo. E foi um dos hábitos que incorporei ao me naturalizar paulistano (comer pizza gelada de manhã não foi). Especialmente depois que vim morar aqui pertinho da Liberdade, claro.

Mesmo comendo um japinha (ops) quase uma vez por semana, não digo que conheço bem a coisa. Até sei uns nomes e tal. É como vinho: sei quando está muito ruim, sei quando está bom. Agora se está muito bom, ou mais ou menos ótimo, desconheço. No geral, é difícil comer um muito ruim. Especialmente quando se trata ali do básico, peixinhos, com arrozinhos.

Negui especial
A única coisa mais diferentezinha que eu conheço é o negui toro especial do Lika, que devoramos ontem. (Detalhe: fui de ônibus! Cada dia adoro mais isso). E é realmente muito bom. É um bolinho de arroz, envolvido por uma tira de salmão, com atum gordo em cima (o tal negui toro), e um pozinho que eu acho que é gergelim. É grande, tem que colocar na boca de uma vez. Típico orgasmo gastronômico.

Wasabiman
Lá no Lika vi uma das cenas engraçadas de restaurante japonês. Um cara sentado no balcão era o verdadeiro profissional do sushi. Tinha seu próprio hashi (lá tem uma prateleira cheia, com nominhos-san, que nem garrafa de uísque). O Lika ia oferecendo "ô rapaz, hoje tem o peixe tal, pode ser?" e servindo. A mulher do cara entediada. E o ajudante do Lika colocava a raiz forte ali no balcão de fórmica, e (eu juro que vi) o cara mandava pra dentro direto. Fechava o olho, estrebuchava um pouquinho, ufa! E mais sushi! Um ritual para poucos.

Japa amigo
Tem também o Samurai, que considero uma descoberta pessoal minha (é o "meu japa"), pouca gente do povinho conhece e fica aberto até 3h. O sushi é ótimo, e o preço não mata ninguém (embora seja difícil comer sushi baratinho). De madrugada, está sempre vazio (menos no Dia dos Namorados!!), mas mesmo assim prefiro sentar no balcão. Queria saber o nome do sushiman, queria que lá fosse o Filial do Sushi e quando eu chegasse o garçom (Ailton-san?) já me trouxesse um sakê paulista. Acho que precisa de mais um tempinho ou uma frequência mais assídua.

P.F.
A dica lá é o sashimi teishoku. Aliás, teishoku é descoberta recente também e dica para qualquer restaurante japonês. É como um PF japa, super lúdico, e (mais importante), barato. Vem um montão de arroz, um missô, mais um monte de potinhos com coisinhas, e uma "mistura". Eu geralmente peço o de sashimi. Dá pra duas pessoas fácil. Aí você complementa pedindo mais um missô e uns parzinhos, e beleza. Se maneirar no saquê (difícil!) sai baratinho.
sexta-feira, outubro 10

Roteiro catalão

Programinha marcado para amanhã:
1. Almoço de reconhecimento no La Parra, espanhol tocado por um catalão no Cambuci. Recomendado pela Vejinha, pode virar mais uma descoberta legal aqui na região.
2. Se sobrar pique, completar a tarde espanhola na exposição do Gaudí, no Masp.
quarta-feira, outubro 8

Felicidade delivery

Mais uma importante descoberta no ramo das guloseimas que posso conseguir aqui em casa só passando a mão no telefone: delícias árabes do Jaber, "50 anos de tradição e qualidade".

O Jaber é um daqueles lugares que você fica pra sempre feliz de um dia ter tomado a iniciativa de conhecer. Já comi no restaurante, é baratinho e muito e bom. E já comprei pilhas de esfiha, quibe e homus pra festinhas aqui em casa. Ontem, esfihas de carne, quibe (kibe?) e homus. E ainda sobrou um pouquinho para comer vendo Scrubs de noite (aliás, ontem foi engraçado acima da média).

Ponto fraco: não entregam esfiha folhada, que é simplesmente a oitava maravilha da Terra e no Jaber tem uma deliciosa (tem também na Brasserie Victoria e no Miski, um árabe menos conhecido mas ótimo na al. Joaquim Eugênio de Lima).

Destaque pro cardapinho, que conseguiu reunir, sem ponto, um "best of" dos slogans-chavão de padocas, tinturaria e outros ramos tradicionais de serviços: "Qualidade em 1º lugar, sua satisfação será a nossa realização, servimos bem para servir sempre No trabalho ou em sua casa sempre um Jaber pertinho de você" (transcição exata).
sexta-feira, outubro 3

Padoca delivery

Sou notório fã de padocas. Lá em Brasília, padaria é lugar que vende pão. Outro dia tentamos tomar um café da manhã numa, foi um desastre. Aqui a padoca já virou quase centrinho comercial de muito bairro.

No meu pedaço da Aclimação, infelizmente, não tem aquela super padoca bacana, tipo Dona Deola. Tem uma padoquinha, decente, a Fluminense. Quando eu comprei o apê, na outra esquina (bem mais perto) tinha uma padoca fechada. E eu sempre sonhando que ia abrir de novo, mas já virou uma loja de estofados.

Começar bem um dia é pôr minha havaiana e ir na Fluminense. Ou pra comprar aquele mega-café-da-manhã-banquete (vários tipos de pães, pãozinho de queijo, suco de laranja, queijo, frios...) ou pra sentar no balcão e pedir uma média e um queijo quente. O copinho americano, aquele pratinho de vidro laranja escuro, é sublime.

Infelizmente, ainda não consegui ficar amigo do cara do balcão (que tem o mesmo nome do meu ex-chefe). Seria a glória: "Fala, Rapaz, queijo quente com pouco queijo?". É, porque adquiri agora essa frescura adicional: pouco queijo. Não dava, os caras põem umas 15 fatias em cada lanche, fica aquela coisa brilhando, escorrendo.

No caixa, tem três opções: o dono é muito bravo e gordo, morro de medo dele. Sempre tomo cuidado pra não demorar, dar o troco certinho, não errar a senha do Visa Electron, porque acho que ele vai me dar uma bronca. Depois tem uma moça e um moço, que devem ser filhos dele. São bem simpáticos. A moça tem cara de professora gente fina, o moço, de surfista de final de semana.

E agora, três anos depois, descobri o melhor de tudo: eles entregam. Foi numa dessas ressacas, babando aqui na frente do computador, que achei o telefone deles no site da Telefonica, e descobri as maravilhas da padoca delivery. Só espero que o dono bravo não atenda quando eu ligar.

Bom, chegou meu café da manhã! Fui!
quarta-feira, outubro 1

Eletronostalgia

Meu ponto de ônibus tem um detalhe charmoso: fica numa bela pracinha aqui do bairro, daquelas redondas, que tem ruas saindo como pontas de uma estrela. Primeiro você vê uns pedacinhos do ônibus atrás das árvores, depois ele contorna a pracinha e você sobe.

Para completar o cenário de novela das seis, o ônibus que eu mais pego é o Cardoso de Almeida, um trólebus que leva uma hora para chegar na PUC. E esse é daqueles com a foto de um "elétrico" (um jeito velhinho de chamar os trólebus, que aprendi com a avó de uma ex-namorada) antigão desenhado, edição comemorativa de 50 anos.

É o meu metrô. Sempre tem lugar pra sentar sozinho, porque pego no começo. E tem, lá no fundo, aquelas poltronas uma de frente pra outra, tipo sala de estar. Sempre sento ali porque dá pra esticar bem as pernas. O motor faz hmmmmmmm e eu já dormi. Não tem aquela tremedeira do motor a diesel. Leio meia página de jornal e começo a babar, é a rotina diária.

O trajeto é de turista. Liberdade, Praça da Sé, Pátio do Colégio, Viaduto do Chá, Praça da República, Vilaboim... Mas na primeira vez que peguei, parecia uma criança. Se um parente seu vem visitar a cidade, manda pegar esse ônibus. É a experiência completa.

Mas tem que ser logo. A prefeitura vai acabar com os trólebus (leia aqui). Justo agora que eu comecei a pegar, que azar! Tudo bem, tenho que admitir que aqueles fios pela cidade são meio feiosos. E o conector ou sei-lá-como-chama aquele treco que liga com o fio cai toda hora, deve ter acidente, passageiro fica esperando, cobrador tem que sair correndo. Mas é bem mais bacana pegar o "elétrico" do que pegar o "híbrido". "Olha o híbrido, corre!". Não dá.

Pelo menos daqui a 50 anos, quando demolirem a pracinha e fizerem um shopping, vou poder dizer. "Isso aqui era tudo mato! Aqui passava o elétrico..."
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