: rapaz!SP :
Rapaz!SP
Rapaz!SP

terça-feira, fevereiro 3

Pela primeira vez

Ontem foi um dia bem produtivo de exploração. Fiz três coisas pela primeira vez (bastante pra um dia).

Foi o dia de mostrar o centrão (quase meu amigo, agora) pra minha amiga australiana. E começou com a outra amiga brasileira dela nos levando num shopping de joalherias. Adorei! Não que eu queira comprar jóia nenhuma, por questões básicas de orçamento. Mas se um dia quiser... São uns quatro ou cinco andares, cada um é uma loja (não muuuito grande) com segurança na porta. Chama Center Mil e fica escondido num prédio na própria praça da Sé (deveria ter anotado o número). É supostamente mais barato que em outros lugares (não que eu esteja pesquisando preços de colares de brilhantes ou relógios Armani). E pros mais fanáticos (e bregas, desculpem), a loja que eu fui (Camafeo) vende lindas pulseiras com brasões de times de futebol. Legítimo bicheiro, eu achei.

Antes disso, tínhamos entrado na catedral. Foi a minha primeira vez! Foi bom pra mim. Mas, pra falar a verdade, achei muito imponente, mas não linda. Sempre tive uma birrinha com a catedral, não acho sensacional. Mas está lá, e tem que ver.

Continuamos pelo pátio do Colégio e subimos no edifício Altino Arantes, o do Banespa, que foi sensacional (e grátis!). Com todo aquele monte de informação da exposição do Sesi, um quebra cabeça se montava na minha cabeça. Uma das coisas mais legais foi observar a avenida São João, que tem três trechos super distintos, difíceis de associar a uma mesma via pra quem está no chão. Ela começa na frente do prédio do Banespa, um calçadão que se estende sobre o vale do Anhagabaú e um pouco mais. Depois vira avenida mesmo, com carros, onde cruza a Ipiranga e alguma coisa acontece. E, logo depois, ganha um Minhocão (aberração!) em cima. Do alto, você vê os três pedaços juntos, subindo em direção à zona oeste. E vi também o caminho até a Aclimação (eu consigo ver o edifício da minha janela). Pra completar, tem um mocinho que te ajuda a achar as coisas se você quiser.

Ah, e fica bem em cima do edifício Martinelli, dá pra dar uma boa espiada. Embora escondido no meio dos outros prédios, ele ainda é bem imponente. Dá pra ter uma boa noção da maluquice que foi erguer esse monstro em 1929. Faltou tempo para descer a Líbero e conferir o edifício Sampaio Moreiro, o legítimo primeiro "arranha-céu" de São Paulo. Dei um tchauzinho pra ele do Anhangabaú.

Depois, andando até o mosteiro de São Bento, estava empolgado. Acho que minhas companheiras de exploração devem ter se enchido de tanto que eu falei, vomitando coisas que tinha aprendido na exposição. Uma descidinha rápida no caos da 25 de Março (enfeitada de Carnaval), depois de volta ao mosteiro.

Entrei pela primeira vez na igreja, essa eu achei linda. Ainda mais com órgão dominando a paisagem. Preciso voltar pra ver os monges cantando. O mais legal foi ir na famosa padoca dos monges. Bem diferente do que eu tinha imaginado. Primeiro porque na minha cabeça ia ter um tiozinho com cara de garrafa de Frangelico perguntando "quantos vai?", vendendo pão francês. Claro que não. É uma lojinha bem ajeitada, e os pães são chiques e super bem embalados. E bem salgadinhos no preço. Achei que merece uma ocasião, tipo levar no aniversário de alguém. Mas conheci.

Foi um ótimo dia de exploração. E foi, sinceramente, emocianante ver de pertinho agora todos aqueles lugares que estavam na exposição, com uma noção (quase) perfeita de tudo.

Mais Paulista

No domingão, depois de planejar ficar em casa no dia todo, li que era o último dia da mostra do Gaudí no Masp, e resolvi encarar. Eu e a cidade inteira. Além de muito cheia, a exposição não me empolgou muito. Algo que interessaria mais a arquitetos, eu acho. Sou mais ver as maluquices desse arquiteto espanhol ao vivo.

Mas seguindo no propósito de explorar a cidade, segui com entusiasmo para a exposição Sâo Paulo 3D. Igualmente cheia, só que agora com fila, o que achei um pouco demais. Prometi que volto depois, pareceu realmente bacana. Você põe aqueles óculos com uma lente azul e outra vermelha e (dizem) as imagens (novas e velhas) pulam em você. A conferir.

Na saída, tentando não perder totalmente o dia de exploração, quis me debruçar no belvedere do Masp um pouquinho, deve ter uns 10 anos desde a última vez que andei até lá. Mas o toró do dia se encarregou de me mandar direto pro ponto do ônibus.
domingo, fevereiro 1

Exposição SP 450 anos

Seguindo, mais uma vez, a dica da Rachel, fui ver a exposição no São Paulo, 450 anos no Galeria do Sesi, na Paulista. E ainda bem que eu fui, porque é imperdível (e grátis!).

São cerca de 500 imagens que se parecem (ou são mesmo) muitas que a gente já viu em revistas, ou em outras exposições, mas esse não é o grande barato. O bacana aqui é vê-las todas juntas, contando a história da cidade, desde o começo do século 19 até os dias de hoje.

Eles capricharam mesmo. A mostra é super extensa (devo ter ficado de duas a três horas lá, pelo menos). As informações são boas e os textos não são malas. E a disposição é muito bem feita. Dividida por períodos, permite entender de forma bem clara como a cidade cresceu. Pelo menos o centro da cidade, claro.

Começaa com desenhos feitos no começao do século 19 por uns ingleses que passaram por aqui. E aí você já começaa a desenhar a cidade na cabeça. Dica: vale levar um mapa do centro para entender melhor. Ainda bem que eu tinha visitado o centrão recentemente e estava com algumas referências frescas na memória. Mas acho que saber onde está cada coisa melhora muito a experiência. Tem um mapa no começo da mostra, e eu fiquei indo e voltando de lá, mas chega uma hora que não dá mais.

Depois dos desenhos, vem a famosa e sensacional coleção do Militão, talvez o mais famoso fotógrafo da cidade no século 19. Em alguns trabalhos, ele colocava a câmera no centro de um importante cruzamento e girava o tripé em torno de seu próprio eixo, fotografando tudo, e aqui está uma das coisas mais legais da exposição: eles montaram essas fotos em painéis de 360 graus. Você fica em pé no centro e vai virando, e é como se estivesse lá. Mesmo. Já valeu a visita.

No século 20, claro, aumenta progressivamente o número de fotógrafos. E você vai vendo imagens dos mesmo lugares, várias vezes, em anos diferentes. No final, lugares como o vale do Anhangabaú, o viaduto do chá e a avenida São João já são velhos conhecidos seus, que foram crescendo, crescendo, mudando de cara, de desenho, até chegarem ao que são hoje. Dá vontade de sair correndo de lá pro centro pra analisar esse crescimento, já que boa parte dos marcos ainda está por lá.

Tem um bom pedaço só dedicado à construção do Edifício Martinelli, e é nessas fotos que você consegue perceber a maluquice que era. Hoje, esse prédio de 25 andares na esquina da São João com a Líbero Badaró (que era rua de São José) fica escondido entre os outros da região. Mas em 1929, quando foi inaugurado, parecia um gigante no meio das casinhas e igrejas. Preciso voltar lá.

No final da exposição, fotos contemporâneas. Claro que sem o interesse histórico, porque conhecemos tudo. Mas tem fotos muito bonitas. E algumas lá do bom e velho centrão, só pra dar aquela comparada final.

Visitar essa exposição é obrigatório para quem quer finalmente entender um pedaço da história de como São Paulo virou o que é hoje. Só pra ajudar a criar o clima paulistano, quando saí do ambiente fechado da exposição estava um toró dos diabos. Ê, São Paulo.

PS1: Rachel, já está intimada a visitar comigo o centro depois que você visitar a exposição.
PS2: O livro da exposição custa R$ 120, e tenho certeza que vale a pena. Posso ganhar de presente de Páscoa?

Paulista cultural

O começo dessa pequena aventura tinha sido na Liberdade, onde fui resolver um probleminha telefônico. Valeu a pena ter me forçado a sair de casa pela manhã, de bermuda e havaiana. Resolvi o problema e decidi então que seria um dia bacana para explorar a Paulista. Ver a exposição do Sesi, talvez almoçar e pegar um cineminha.

Como sou agora um explorador, e um muito sem grana, diga-se, fui a pé. Mas, tirando as calorias queimadas, a subida da Brigadeiro Luiz Antônio foi bem desinteressante, nada que atraísse minha atenção.

Saindo na Paulista, fui atraído pelo Itaú Cultural. Ainda bem, era o último final de semana da exposição A Subversão dos Meios. Não achei fantástica, mas tinha coisas bem boas, como as imagens feitas em computador nos anos 70 por um Waldemar Cordeiro e algumas outras obras. E foi de graça.

Acho que vai valer aqui um ou muitos textos só para os espaços culturais gratuitos da Paulista. Deve ser o lugar mais fértil da cidade para esse tipo de lugar. Mais entradas para a listinha da exploração...
© Rapaz! 2003 | Powered by Blogger
O que é

Relatos das minhas explorações por São Paulo

Explore também

Conte aqui o que você andou descobrindo pela cidade e deixe seus comentários

Outros lugares

SP450, de onde a idéia para o blog foi discaradamente copiada

Viva o Centro: muita informação bacana e roteiros para conhecer a fundo... o centro, ora!

Arquivo

março 2003
abril 2003
setembro 2003
outubro 2003
janeiro 2004
fevereiro 2004
abril 2004
Rapaz! 1.0
Rapaz!Austrália